Quero
deixar aqui algumas palavras em favor da Copa do mundo de futebol 2014.
Quem não
se lembra da final de 1994 nos Estados Unidos contra a Itália?
Quem não se lembra daquele
grito “É teeeeeeeetra! É
teeeeeetra! É teeeeeetra!”. Depois de 24 anos o Brasil
conquistava o tão cobiçado tetracampeonato do mundo.
Quem
não se lembra de:
Taffarel; Leonardo (Branco), Aldair, Márcio Santos e Jorginho; Dunga, Mauro
Silva, Zinho e Raí (Mazinho); Bebeto e Romário. Técnico: Carlos Alberto
Parreira. A seleção que lavou a alma tão combalida e frágil dos brasileiros
naquele ano de 1994.
O Brasil teve ao longo de
sua história em Copas do Mundo, seleções fantásticas, 1970, 1958 e 1962, 1982,
2002, Porém, nenhuma dessas seleções teve tanta garra, tanta vibração e tanta
adoração por parte da torcida quanto o Brasil de 1994. Os feitos do time
comandado por Parreira nos EUA foram históricos e inesquecíveis para qualquer
brasileiro e amantes do futebol, que acompanhou aqueles sete jogos de matar
qualquer um do coração.
“Impossível não se lembrar
das defesas de Taffarel. Impossível não se maravilhar com uma das melhores
duplas de zaga de nossa história (Aldair e Márcio Santos).
Impossível não admirar os
laterais rápidos e eficientes (Leonardo, Branco e Jorginho). Impossível não
vibrar com os volantes carrapatos e raçudos (Mauro Silva e Dunga).
E impossível não aplaudir e
se maravilhar com o ataque letal e inesquecível com Zinho, Mazinho, Bebeto e o
gênio Romário, que repetiu Garrincha e Maradona levando a seleção nas costas
com atuações individuais delirantes”. Foi uma campanha sofrida, gloriosa com final
feliz.
A final foi contra a Itália
e valia a primazia de ser o primeiro tetracampeão da história. O Brasil tinha
melhor preparo físico enquanto que a Itália tinha seu melhor jogador totalmente
sem condições de jogar, mas o time brasileiro não soube aproveitar as chances.
Depois de 120 minutos de uma batalha, a decisão foi para os pênaltis e o Brasil
brilhou com Taffarel pegando a cobrança de Massaro e a cobrança final foi de
Roberto Baggio que chutou pra fora. Brasil tetracampeão. A Taça Fifa foi
erguida por Dunga e claro não podia faltar a homenagem à Ayrton Senna.
O ano de
1994 foi um ano inesquecível para o povo brasileiro, quem não se lembra?
Perdemos dois gênios da nossa historia, Airton Senna e Tom Jobim, mas ganhamos
uma nova moeda, mais forte e trouxemos para casa o tão sonhado tetra, depois de
24 anos de Jejum.
Quem não se lembra dos
funerais de Senna em São Paulo que reuniu mais de 1 milhão de pessoas. Senna morria
aos 34 anos, 161 GPS, três títulos mundiais e 41 vitórias. Um currículo
impressionante em dez anos de carreira na Fórmula 1. Grandes emoções vividas
nos domingos junto com povo brasileiro, até aquela maldita curva do Tamburello
em Imola na Itália, quando a barra de direção do seu carro quebrou no meio da
reta e Senna passou reto. Desgovernada, a Williams bate violentamente contra o
muro da Tamburello. A barra de direção se rompeu e o braço da suspensão atingiu
a área entre a viseira e a borracha de proteção do capacete causando os
ferimentos fatais. Senna foi levado ao Hospital Maggiore di Imola, onde faleceu
quatro horas depois. Era o desfecho de um dos finais de semana mais trágicos de
todos os tempos e a abertura de uma ferida no coração do brasileiro que
encontrou o seu remédio dois meses depois, no grito de “É teeeeeeeetra! É
teeeeeetra! É teeeeeetra!”.
Quem não se lembra da evolução da nossa economia, que depois de seis sucessivas trocas de moedas e cortes de zeros, o Brasil ganha em 1º de julho de 1994, sua nova moeda, o real. A moeda estável fez com que a tão temida inflação fosse debelada graças ao sucesso do Plano Real. Implantada no governo Itamar Franco, a nova moeda ajudou a eleger Fernando Henrique Cardoso presidente em primeiro turno. O novo presidente era então ministro da Fazenda quando implantou a URV (Unidade real de Valor) que vigorou até o dia 30 de junho quando a URV virou fator de conversão do Real. 1 URV = CR$ 2.750,00.
No lançamento
do Plano Real, esperava-se como efeitos de longo prazo a manutenção das baixas
taxas inflacionárias, o aumento do poder aquisitivo da população, a
modernização do parque industrial brasileiro e o crescimento econômico
acompanhado da geração de empregos. O Real prosperou, mostrou-se competente e é
utilizado até hoje no Brasil. Desde 1994 o Real passou por várias crises
econômicas mundiais e demonstrou capacidade de controle e recuperação,
especialmente a crise de 2008-2009, que gerou uma imensa onda de desemprego e
crise econômica na Europa e nos Estados Unidos, a qual passou sem muito impacto
pelo Brasil. O país, hoje, conta com uma moeda forte e estável, sem apresentar
indícios de substituição.
A evolução da nossa Nação e
do povo brasileiro passa também pela eleição para presidente da Republica de
2011, quando pela primeira vez o Brasil elegeu uma mulher para a presidência.
Com 56% dos votos, Dilma Rousseff é eleita Presidenta da República numa eleição
com uma campanha eleitoral tensa, dominada pela comparação entre os governos de
FHC e Lula, e pouca proposta de concreto sobre projetos para o Brasil e
questões como descriminalização do aborto. Dilma não ganhou as eleições no
primeiro turno por causa de Marina Silva, outra grande guerreira, que obteve 20
milhões de votos. Dilma foi eleita com mais de 55 milhões de votos no segundo
turno.
Quem não
se lembra do desemprego no Brasil?
“Em 2013 a taxa de
desemprego no Brasil, passou de 5,2% em outubro para 4,6% em novembro, de
acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). É a menor taxa de desemprego desde 2002.”
As
lojas estão cheias de consumidores, como nunca antes, as concessionárias de
automóveis estão enchendo as ruas de todas as cidades, de carros novos. A
construção civil, está em uma de suas melhores fases, o desemprego desceu a
níveis jamais vistos.
Quem não se lembra do
precário poder de compras do salário mínimo?
Foi com a estabilização dos
preços a partir de 1994 que se consolidou a mais significativa recuperação do
poder de compra do salário mínimo desde a década de 50. Em 2008 o Presidente
Lula resolveu “arredondar” o valor do salário mínimo que seria pouco mais de R$
413,00 para R$ 415,00, com vigência a partir de 01 de março. Em 2009 o reajuste
deu-se desde 01 de fevereiro (R$ 465,00) e, em 2010, a partir de 01 de janeiro
(R$ 510,00). Nos próximos anos o reajuste praticar-se-á sempre no dia 01 de
janeiro com pagamento, já com o reajuste incorporado, até o 5º dia útil do mês
de fevereiro.
E a inflação?
Quem não se lembra dos reajustes incontrolados dos preços?
Embora a
presidente Dilma Rousseff seja duramente acusada de leniência com a inflação, o
ritmo de aumento de preços durante o seu governo é próximo ao do período Luiz
Inácio Lula da Silva e inferior ao da gestão Fernando Henrique Cardoso.
A inflação
foi de 6,5% em 2011, 5,84% em 2012 e 5,91% em 2013, o que dá
uma média anual de 6,1%. Na era Lula (2003 a 2010), os preços subiram 5,8% ao
ano. Já na gestão FHC (1995 a 2002), o aumento médio foi de 9,1%.
Recentemente,
a Copa do Mundo tornou-se objeto de feroz luta política e eleitoral no Brasil.
Á medida que se aproxima a eleição presidencial de outubro, os ataques ao
evento tornam-se cada vez mais sectários e irracionais. As críticas,
naturalmente, são parte da vida democrática, quando feitas com honestidade
ajudam a crescer.
A polêmica começou desde
2007, quando a FIFA anunciou o Brasil como sede oficial da Copa do Mundo de
2014: estamos preparados para sediar um evento mundial desse porte? Será que
tanto investimento valerá a pena? Mesmo diante das controvérsias, o brasileiro
tem acompanhado com ansiedade os preparativos para essa grande festa do esporte
que acontecerá a menos de 15 dias: construção e reforma de estádios, obras de infra-estrutura...
Apesar de muita gente ser contra a Copa no Brasil, esse é um fato já decidido e
a corrupção è um cancro presente em todos os governos de todos os países, nos
grandes eventos e nas grandes pautas
publicas.
Eu
acredito, que quando Lula era presidente da República, trabalhou para que a
Copa do Mundo de 2014 fosse realizada no Brasil, ele não o fez por razões
econômicas ou políticas, mas pelo que o futebol representa para todos os povos
e, particularmente, para o povo brasileiro. E talvez nenhum outro país do mundo tenha a sua identidade
tão ligada ao futebol quanto o Brasil. Para nós brasileiros, o futebol é mais
do que um esporte, é uma paixão nacional, que vai muito além dos clubes
profissionais. Milhões de pessoas o praticam, amadoristicamente, no seu dia a
dia, nos quintais, nos terrenos baldios, nas praias, nos parques, nas praças
públicas, nas ruas da periferia, nos pátios das escolas e das fábricas. Onde
houver uma área disponível, por menor que seja, ali se improvisa uma partida de
futebol. Não devemos nos sentir inferiores por isso, o futebol é o único
esporte realmente universal, praticado e amado em todos os países, por pessoas
das mais diferentes classes, etnias, culturas e religiões.
O
futebol, durante muitos anos, foi um dos poucos espaços,
junto com a música popular, em que os negros podiam mostrar o seu talento,
enfrentando com alegria libertária a discriminação racial. Não é por outra
razão que o futebol e a música são muitas vezes a primeira coisa que um
estrangeiro lembra quando se fala do Brasil.
O
Brasil que o mundo vai conhecer a partir de 12 de junho é um país muito
diferente daquele que sediou a Copa de 1950, quando perdeu na final para o
Uruguai. Ainda tem problemas e desafios, alguns bastante complexos, como
qualquer outra nação, mas já não é mais o eterno “país do futuro”. O país de
hoje é mais próspero e equitativo do que era há seis décadas. Entre outras
razões, porque o povo brasileiro libertou-se dos preconceitos elitistas e
colonialistas e passou a acreditar em si mesma e nas possibilidades do nosso
país. Descobriu que, além de vencer competições mundiais de futebol, podia
também vencer a fome, a pobreza, o atraso produtivo e a desigualdade social.
O
Brasil que vai sediar a Copa, é a sétima economia do planeta e que, em pouco
mais de dez anos, tirou 36 milhões de pessoas da miséria e levou 42
milhões para a classe média. É o país com as taxas de desemprego mais baixas da
sua história. Que, segundo a OCDE (Organização para a cooperação e o
desenvolvimento econômico), entre todos os países do mundo, foi um dos que mais
aumentou nos últimos anos o investimento em educação.
A
nossa seleção foi a única a participar de as 19 edições da Copa do Mundo e
sempre fomos muito bem recebidos nos outros países. Chegou a hora de retribuir
com hospitalidade e alegria tipicamente brasileiras. Esta é uma oportunidade extraordinária para milhares de
visitantes conhecerem mais profundamente o que o Brasil tem de melhor: o seu povo.
- “A
importância da Copa do Mundo não é apenas econômica ou comercial. Na verdade, o
mundo vai se encontrar no Brasil a convite do futebol. O Brasil vai demonstrar
novamente que a idéia de uma comunidade internacional pacifica e fraterna não é
uma utopia”.
( Luiz Inácio Lula da Silva)
Que
venha a Copa do mundo de 2014 no Brasil.... e não deixamos roubar as nossa
emoções ao de lá da nossa classe política e social e todos unidos na hora de
gritar “É
hexaaaaa! É hexaaaaa! É hexaaaaa!”,
Para
terminar encontrei na internet uma registraçao da final do mundo de futebol de
1994. Está ai para quem quiser conferir e mexer com as emoções.
Marileide de Barros Dourado
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